Chuvas inundam e semeiam desgraça


A CHUVA que cai, desde quinta-feira, na cidade e província de Maputo, inundou áreas residenciais e criou dificuldades de mobilidade de pessoas e bens, sendo que em Boane estão isoladas perto de 27 mil pessoas devido ao transbordo do Umbelúzi.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), a cidade e província de Maputo registaram, de sábado até ontem, precipitação acumulada na ordem de 150 milímetros.

“O tempo poderá melhorar a partir da tarde de amanhã (hoje), devido ao movimento do sistema de baixas pressões da região Sul para o Centro do país, causando chuvas em Manica e Sofala”, disse o meteorologista Arsénio Mindo.

Mindo informou que os termómetros na cidade de Maputo poderão atingir hoje, temperaturas máximas que variam de 24 a 25 graus Celsius.

Na província de Maputo, o rio Umbelúzi, interrompeu a circulação de pessoas e viaturas nos “drifts” de Boane e Mazambanine.

O presidente do Conselho Municipal de Boane, Jacinto Loureiro, deu conta que para entrarem ou sair das suas residências, no bairro 25 de Junho, os automobilistas tem que fazê-lo através de Mafuiane, no distrito de Namaacha, sendo que os pedestres arriscam pela ponte dos Caminhos de Ferro de Moçambique.

As chuvas também devastaram centenas de hectares de culturas em campo.

O município de Boane está a retirar troncos e capim da proximidade da ponte do Umbelúzi, para evitar a danificação da infra-estrututura.

A edilidade avançou com a abertura de valas de drenagem de seis quilómetros, uma das quais no Belo Horizonte e outra em Massaca, para dar vazão às águas acumuladas.

Loureiro apontou que o Instituto Nacional de Gestão e Redução de Risco de Desastres (INGD) vai mobilizar uma embarcação para o transporte de pessoas e bens para os bairros intransitáveis por via terrestre.

“Entretanto, logo que a chuva abrandar vamos iniciar o aterro nas vias por onde as águas passaram”, indicou.

Devido as chuvas, os residentes de Mapulene, um assentamento desordenado, na cidade de Maputo, vivem literalmente dentro de água, sendo que algumas pessoas socorrem-se a tábuas ou mergulham os pés descalços para entrar ou sair das suas residências.

Mapulene, à semelhança de Chihango, Minguene, parte da Polana-Caniço e Triunfo, só para citar alguns exemplos, está numa zona baixa e em tempos serviu para a produção de hortícolas, tendo sido ocupado no contexto do sonho da maioria de ter casa própria perto do centro da cidade.

Entretanto, as chuvas vieram agudizar a situação de pobreza de alguns residentes destes bairros que viram os seus bens arrastados pela fúria das águas, misturadas com lixo mal acondicionado que invade as casas quando chove.

A precipitação também afectou o fornecimento de corrente eléctrica, uma vez que para evitar desastres maiores a EDM cortou corrente em alguns bairros de zonas seriamente afectados pelos alagamentos, uma vez que alguns Postos de Transformação (PT) estão submersos, havendo risco de electrocução.

As chuvas também vieram agudizar a erosão e a danificação do piso das estradas, como é o caso da entrada para Khongolote, na zona conhecida por Mafureira, onde a corrente arrastou solos, colocando a Estrada Nacional número Um em risco de danificação.

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