Cadeias Moçambicanas preocupadas com possível contaminação por COVID-19

O serviço Nacional Penitenciário (SERNAP) está preocupado com a entrada de recém-condenados em pleno pico da pandemia da Covid-1 9, facto que poderá ser foco de infecção da população em reclusão.

Clemente lntsamuele, porta-voz do SERNAP, disse que as cadeias têm registado uma avalancha de pessoas condenadas por desobediência às medidas de prevenção da Covid-1 9, que podiam ser sujeitas a outro tipo de medidas sancionatórias.

A título de exemplo, entre segunda e terça-feira desta semana, 90 condenados deram entrada no Estabelecimento Penitenciário da Machava, 35 dos quais por desobediência ao Decreto Presidencialque, entre outras medidas, introduz o recolher obrigatório na zona metropolitana de Maputo.

Esta situação, no seu entender, representa um risco aos esforços em curso de descongestionar as cadeias, como uma das medidas de prevenção e combate ao novo coronavírus.

O SERNAP entende que tribunais judiciais, dentro da sua independência, podiam condenar os refratários a penas alternativas à prisão, obrigando-os à prestação de serviços comunitários, por exemplo.

“Respeitamos as decisões dos tribunais judiciais mas, na nossa visão, a condução dos condenados por violação do Estado de Calamidade representa uma ameaça à situação dos reclusos. São 30 dias de vigência deste decreto e se todos os dias tivermos este nível de entradas nas cadeias estaremos perante uma situação grave. Somos de opinião que se podia accionar o dispositivo sobre o cumprimento de penas alternativas à prisão para melhor gerirmos a questão da pandemia nos estabelecimentos prisionais, afirmou lntsamuele.

Apontou que, até ao momento, as cadeias do país ainda não registaram nenhum caso de Covid-1 9.

Clarificou que os dois casos suspeitos, no estabelecimento prisional de Tete, aguardam por resultados dos exames, depois dos reclusos terem manifestado problemas respiratórios.

lntsamuele disse não constituírem verdade as informações segundo as quais alguns reclusos que beneficiaram de indulto presidencial, em Dezembro do ano passado, continuam detidos no Estabelecimento Preventivo de Maputo (ex-Cadeia Civil).

Indicou que a lei foi cumprida na íntegra e todos beneficiários foram restituídos à liberdade.

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